quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Pollyanna

Era um fim de tarde de uma sexta-feira, sabe aquela semana, aquela sexta que ao terminar  você deveria ganhar um prêmio por ter sobrevivido àqueles dias, então, era aquele dia. Se não me engano, estava chovendo, pra colaborar né(a chuva me adora, será que isso é bom?).
E eu estava fazendo meu longo caminho até a rodoviária, pensando em como eu estava cansada e mais algo que não me recordo, o sinal fechou, claro que bem na hora que atravessaria, então um senhor parou ao meu lado e fez um comentário sobre o tempo, eu concordei e ele continuou no mesmo caminho que o meu.
Eu tenho, desde sempre, uma mania que não saí de mim, que é a de achar que tudo é um sinal: ia sair mas minha unha quebrou>sinal de que devo ficar em casa, esse é um dos sinais mais básicos, porque tem aqueles também que podem mudar minha vida, eu acho que são sinais que Deus manda, tentando endireitar o que estou fazendo sabe? Uma ajudinha dos céus, por enquanto, eles tem me ajudado muito, sempre tento manter minha sensibilidade à flor da pele para percebê-los. Muitas vezes não sei se é sinal, mas são pessoas, acontecimentos que aparecem do nada e faz com que, ou seu dia se torne melhor, ou faz você refletir, também acredito que isso seja Deus tentando aliviar um pouco nossas dificuldades.
Acho que nesse dia foi isso que aconteceu.

De repente, esse senhor que foi no mesmo caminho que eu, do nada, começou a falar de um livro( será que ele percebeu que gosto de livros?), 
-"Você já leu Pollyanna?"

-"Não,nunca ouvi falar!"
-"Bem, o livro é antigo, e ele tem uma frase que acho que todo dia temos que repetir: estar sempre contente. Ele conta a história de uma menina que tentava ver o lado bom em todas as coisas, ela jogava o 'Jogo do Contente', tudo que acontecia de ruim ela transformava em algo bom!Vale muito a pena ler viu menina. Agora tenho que virar aqui, tchau, bom fim de semana!"
Eu sei que talvez exagere na minha declaração, mas esse foi um dos momentos mais mágicos da minha vida, eu fiquei encantada, só conseguia pensar nas palavras daquele homem, porque ele disse aquilo tudo, sem ter nenhuma lógica, eu sou uma desconhecida para ele, oras!
Mas desde então, e isso já faz uns 3 anos, esse livro não saí da minha mente, sempre que me vejo reclamando, entristecendo lembro desse livro, lembro do estar sempre contente, é uma necessidade minha exercitar minha mente para ver o lado bom das coisas, que é uma dificuldade que tenho, e aquela mensagem dita pelo senhorzinho me ajudou a enxergar isso.
E naquela sexta-feira, às 18h, andando debaixo daquela chuva, eu me vi agradecendo por cada gota de chuva que caía em mim.



Ps: Quem gosta de literatura, tá aí uma boa indicação, Pollyanna, de Eleanor H. Porter.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Os fins justificam os meios?

                                                    "Os fins justificam os meios"!

                Era com essa filosofia que eu vinha baseando minhas atitudes, minha vida: eu tenho um fim, este fim entenda-se por metas, planos, objetivos, e não importa como, não importam os meios, eu tenho que chegar nesse fim, esse era meu pensamento, até hoje.
            Eu achava que para atingir o que eu queria, eu poderia, era permitido eu sacrificar meus dias, acordar já contando as horas para que meu dia chegasse ao fim, eu me perdoaria por fazer várias coisas que eu não tinha a mínima vontade de fazer, me perdoaria por deixar minha felicidade em segundo plano, minha vontade de viver para depois, afinal, nesse mundo, a prioridade é sobreviver, não é? Afinal, quando eu chegasse nesse fim, todos esses meus meios sacrificados seriam justificados, não seriam?
                              Justificados? Por quem? Para quê? Uma vida justificada?

                E quem me dá a garantia de que esse fim chegará? Quando? Vai demorar? E se o meu fim chegar antes do fim que eu determinei através do meios?
                          
                       Entrei em crise. Estou em crise. 21 anos, quase 22, não posso ter crises, ou isso me é permitido? Dane-se, estou!

           Comecei a refletir muito sobre isso, o que vale a pena, o que não vale, até que ponto é determinação, quando não é, até que ponto é desperdício...
...Desperdício de dias, de momentos que poderiam ser bons, mas que tive que deixar para depois porque tinha um fim para chegar, desperdícios de sorrisos. A partir do momento que eu só conseguia pensar nisso começaram a aparecer vários textos, vídeos, livros que me jogavam na cara que o fim talvez não justificasse os meios, entre eles ,algumas crônicas de um livro de Martha Medeiros que por acaso foi emprestado, principalmente "A morte é uma piada", e um vídeo, acho que o nome é "E se o dinheiro não existisse",(algo assim, estou com preguiça de procurar), que achei também meio perdido em um blog de moda.
                 No meu caso, a minha vida acontece nesses "meios", e se não chegar o fim? Nada será justificado, eu terei perdido todos os meus dias, eu não terei vivido, nem sobrevivido, apenas subvivido, se é que esse termo existe.
                      E eu não quero isso, foge totalmente da essência daquela garotinha que ficava revoltada ao ver como os adultos sacrificavam sua família, sua felicidade, seus amores por coisas tão banais, que não acrescentam nada, e que poderiam perder-se em segundos, trocando as únicas coisas que proporcionam a verdadeira felicidade por ambição, status, prazer de "se dar bem na vida". 
                                                       É, eu sempre faço isso.
Sempre que acho que estou me perdendo, errada, tento voltar aos meus 9, 10 anos e descobrir se eu sou a Rafaely que queria ser, se aquela menina me aprovaria hoje. E acho que hoje, ela me diria: "Seus fins não justificam os meios"!

Se alguém tem uma opinião diferente, pode me ajudar rs