segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

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São 20:42 de uma segunda-feira, e ela ainda espera por ele. Ele disse que chegaria à 18:00h, e ela não conseguia entender porque era tão difícil dar uma ligação dizendo:'Amor,desculpe, não vou poder hoje'; mudaria tudo naquele momento, naquele dia, naquela história, tudo bem, ela ficaria com raiva, mas não magoada, raiva é tão fácil de esquecer, mágoas podem ser esquecidas, mas jamais serão apagadas.
                   Ela já começava a pensar mil coisas: "Ele está com outra, certeza!" "Ele não me ama"! "Ele é um idiota". Mulher é assim né, não tem jeito. A essa altura,eram 21:30h.
             22:00h quando finalmente se encontraram, ele simplesmente era outra pessoa, seu olhar era tão diferente, indiferente, frio, estranho, e ela logo percebeu, sem palavra alguma precisar ser dita, já sentia que naquele olhar se traduzia o início de um fim. Ela sentia também como se o chão se abrisse,se perdendo,é, é exagero, mas foi exatamente isso.
Por fora, ela parecia uma rocha.
                  Ouvia todas aquelas palavras e expressões como se fossem qualquer 'Bom dia'; fingia não estar sendo machucada por cada uma delas, por cada olhar frio dele.

"Espero que você encontre alguém com quem possa ser realmente feliz."
(FRASE CLICHÊ DE TODO HOMEM).

                      Nesse estágio, a mente dela, o coração percorria todos os anos, os dias, os momentos, tentando achar onde ela errou, o que aconteceu, como se fosse um grande arquivo, ela procurava onde estava o erro, e não achava!Claro, o problema era ele! Sim, realmente era ele, o erro foi dele. Foi tudo tão rápido, como se ela tivesse piscado e ao abrir os olhos, tudo o que construíram tivesse desmoronado, na verdade...essa foi a verdade. E aquele olhar frio e indiferente nunca mais saiu da memória dela...
                  Em questão de segundos, o silêncio e as lágrimas lavraram aquele final que chegou antes do felizes para sempre.
'Tudo bem, tudo bem, eu vou ficar bem, eu vou ficar bem' - dizia.
                     E assim os móveis, as roupas, as lembranças, o cheiro foram tomando cada um o seu lugar, cada um fica com o que é  seu, e a casa foi ficando sem eles...
                    ...mas sempre fica alguma coisa, uma caneta dele que ficou na gaveta dela, o cheiro dela que ficou na camisa dele, o beijo dele que ficou no coração dela, e as lembranças que ficaram nos dois...