Ela gostava dos mais altos.Ele era o menor.
Ela não ficava com amigos.Ele era um dos melhores.
Ela era CDF.Ele era da turma "do fundão".
Eduardo e Monica.
"Quem um dia irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração?"
E o destino quis brincar um pouco,dois personagens de uma história,que assim como todas as outras teve um fim.
Quem disse que era pra ele se apaixonar por ela?E quem a fez deixar levar-se por essa paixão?Por que ela?Por que ele?Porque os dois?Por que não os dois?
O tempo os aproximou, o amor também.Talvez fosse "uma apaixonite de escola".Isso!Isso que ela pensava,-"Vai passar".Mas a cada dia ele a fazia sentir o contrário,sua atenção,seu carinho,suas brincadeiras,elogios,indiretas,seu olhar,ele a fazia sorrir todos os dias.Isso a fascinava."Isso tá ficando sério"-ela pensava.E estava!
Desde sua existencia,a paixão parece uma doença,voce não consegue fugir,e para essa doença não existe remedio preventivo,ela te consome,até voce se entregar de vez.Mas ela não queria se entregar...mas porque não?"Porque não,e ponto",dizia a razão.A razão dela brigava constantemente com o coração dele,e alguém pode dizer quem é mais forte nessa batalha?O coração dele insistia,em nenhum momento desistiu,ela resistia,e não enxergava o que todos mostravam,na verdade ela não queria acreditar,não queria enxergar.Mas também,enxergar pra que?Não precisava,porque ela já sentia.Conversavam horas e horas.E como conversavam,da onde tiravam tantos assuntos assim?Eram madrugadas falando sobre tudo,nada,idiotices.Assistiam filmes,saíam juntos,ele contava os seus sonhos,faziam tudo o que qualquer amigos fazem,"Mas amigo sente ciumes?"Foi uma das perguntas dele.
Sua presença se tornou vital,o coração dela disparava só de ver que ele estava ali,e quando não estava o dia passava arrastado,sem graça.Droga!Ele estava ganhando.Mas ela resistiria mais um pouco,tenho certeza que resistiria,se não fosse aquela noite de quinta-feira,04 de setembro.Se não fosse aquele dia tudo estaria certo."Mas às vezes o errado é o certo",dizia o coração.-"Como a gente sabe quando está gostando de alguém?".Esse foi o começo daquela noite.
Uma declaração.Sim,foi uma declaração daquelas à moda antiga.Tinha certeza que ele estava nervoso,era um momento propicio.Declarar-se não é algo simples.Mas ele disse tudo com tanta segurança.Nunca tinha visto alguem estar tão certo de suas palavras,de seus sentimentos,e essa confiança dele a inibia.Ele disse que não podia mais esperar,tinha medo de perder,antes mesmo de ganhar.Ela não sabia o que fazer.Mas já sentia,talvez.No fim daquela noite,o coração dela disparava,as mãos tremiam,todos os sintomas fisicos desse tal amor,mas ela nem sabia o que era esse amor.Amor não se sabe.Amor se sente.Foi o inicio de uma guerra dentro dela,frente a frente coração e razão,mas ela não conseguia escutar nenhum dos dois,eles gritavam.A razão pelo não,o coração pelo sim.
Ela não conseguiu dizer não,mesmo querendo,parece que naquela hora os lábios bloquearam qualquer tipo de palavra ou expressão de uma afirmação negativa.Mas ela tambem tinha medo do sim.Deixou para depois.Não podia dar espaço pra incerteza."Posso falar com voce amanhã?".-"Voce tem o tempo que quiser,eu espero"-respondeu ele.
Naquele dia,naquela noite,ela não dormiu.
Cinco de setembro.Dia um pouco frio,mas o sol estava lindo.Ainda era inverno.Ela estava com a palavra que mudaria seu destino.Mudaria?Ou ele era seu destino?!Não tinha aula,mas ele precisava da "palavra",ele precisava do "sim",ela precisava dizer o "sim".E naquela sexta-feira,sem nenhuma pretensão do "para sempre",foi confirmada aquela história de amor.História essa,que o destino fez questão de escrever.
Mas tudo o que houve naquele dia foi o "sim",um acaso os separou naquele dia,mas estavam bem,pois sabiam que já tinham um ao outro.Daquele momento,ate a eternidade.